Ser crítico de TV hoje em dia não é tarefa fácil. Que o diga meu colega Maurício Stycer, do UOL, que sacramentou que “Com briga entre peões, A Fazenda alcança novo patamar de baixaria em reality show”. Só faltou colocar no título um eufórico “eba!”.
O texto se refere ao “duelo verbal” entre os participantes Anna Markun e Gui Pádua, que foi ao ar nesta terça-feira, 16, “numa edição caprichada”, segundo o próprio. Para deleite de quem assiste ao programa, e aí se incluiu o crítico, o barraco foi pesado. Afinal, sabemos, estão todos “ávidos por confusões do tipo” – mais uma frase pinçada do texto.
Pensando assim, a crítica de TV também deveria se incluir em um novo patamar, o da “cobertura de baixarias”. A pergunta que fica é: por que o UOL passou o dia falando da briga? Mais: por que o portal, arauto dos princípios pudicos editoriais do Grupo Folha, mantém uma página especial apenas para o reality? Não seria melhor então dedicar este espaço à música erudita?
Quem será mais oportunista e hipócrita? Como tirar proveito da Fazenda sem dar muita bandeira e até parecer inteligente? É só contratar críticos que, do alto de suas funções, assinam sábias sentenças de vida e morte sobre o que é bom gosto?
Audiência é o prêmio que une a todos. Por isso o UOL tem homes exclusivas para A Fazenda, Big Brother e adjacências. O que não pega bem é posar de imprensa intelectual ou antropológica. Ninguém acredita mais nisso. O jornalismo tem de ir onde o povo está, deveriam cantar, em uníssono.
O que não dá é se jogar na lama e fazer de conta que o smoking está impecável. Muito cafona
Fonte: Blog do Provocador
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