Depois de promover um jantar para afagar o PMDB, a presidente Dilma
Rousseff fez um gesto para contornar as divergências com o governador de
Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que se posiciona na disputa pelo Palácio do
Planalto. Dilma jantou com Campos na quarta-feira (7) e na quinta-feira (8)
almoçou com o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB). A intenção era destacar a
harmonia da base aliada, mas Cid saiu do encontro defendendo Campos para vice
em uma chapa de reeleição liderada por Dilma.
“Se o PMDB ficar com as presidências da Câmara e do Senado, já está de
bom tamanho”, avaliou Cid. “Nesse cenário, eu defendo que o candidato a
vice-presidente, em 2014, seja Eduardo Campos.” A declaração provocou
constrangimento nas fileiras do PMDB, que quer repetir a dobradinha com o atual
vice, Michel Temer, e surpreendeu Dilma.
Antes da conversa com Cid, no Palácio da Alvorada, Dilma amenizou os
ruídos com o PSB. Disse que o diálogo com Campos, presidente do partido, tinha
sido muito proveitoso e admitiu a necessidade de fazer um carinho na direção do
aliado. “Todos precisam de afago, minha filha”, afirmou a presidente,
dirigindo-se à repórter do Estado. “Quem não precisa de afago, em sendo humano?
Todos nós precisamos.”
Campos disse que o PSB vai apoiar a reeleição de Dilma, em 2014, e
garantiu a fidelidade do partido. “Esse é o papel que cumpriremos. Não vamos
entrar no jogo daqueles que querem fazer da eleição municipal um veredicto para
a nossa relação nas próximas décadas”, insistiu o governador. Na contramão das
afirmações de Cid, Campos assegurou, ainda, que não pretende ser vice na
provável chapa para um segundo mandato de Dilma.
O PSB derrotou o PT em Belo Horizonte e no Recife, duas capitais de
peso político. Além disso, os partidos se enfrentaram em várias outras cidades.
Nos últimos dias, Campos cobrou ações mais efetivas do Planalto para enfrentar
a crise econômica e disse que, se a discussão ficasse concentrada nas eleições
de 2014, assuntos importantes, como o preço da energia elétrica, seriam
relegados a segundo plano.
Relação. “Não existem essas diferenças (entre o PT e o PSB)”,
minimizou Dilma, na quinta-feira (08). “A nossa relação sempre se manteve a
mesma.” Nas conversas reservadas com Campos e com Cid, a presidente mostrou-se
disposta a acabar com os dissabores no relacionamento entre os dois partidos.
“Nós temos projetos que muitas vezes são antagônicos a seus aliados”, retrucou
o governador do Ceará, numa referência ao PMDB de Temer.
Cid deixou claro, porém, que Campos pode esperar para se candidatar ao
Planalto somente em 2018. “Ele é novo e pode aproveitar para andar mais pelo
Brasil”, afirmou, repetindo o mantra entoado pelo correligionário. Dilma evitou
fazer comentários e disse compreender que os partidos tenham “um projeto
nacional”. Foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que pediu a Dilma para
tentar “agregar” Campos. Para ele, o governador de Pernambuco “tem um pé em
cada canoa”, já que também flerta com o PSDB. As informações são do jornal O
Estado de S.Paulo.
Fonte: NE 10 por Agência Estado
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